No
Documento UCA: Projeto um computador por aluno - Formação Brasil
(2009), há uma estrutura organizada pelo MEC no sentido de orientar as
ações relacionadas à formação dos professores das escolas participantes
do programa, bem como a dos representantes das Instituições de Nível
Superior, em grande parte responsáveis pela sua implantação e
acompanhamento. Esse planejamento de formações e estudos é de
fundamental importância para o bom funcionamento do programa, pois
deveria oferecer os fundamentos teóricos e pedagógicos ao trabalho a ser
desenvolvido nas escolas sem os quais torna-se mais difícil oferecer
sentido no uso dos computadores nas salas de aula. A estrutura
apresentada no referido documento, consta de um Grupo de Formação e
Acompanhamento que prepara as equipes de formação e pesquisa (IES
Globais). Estas, por sua vez, deveriam fazer a preparação das equipes
das IES Locais e dos NTE/NTM. As IES locais juntamente com os NTE/NTM
desenvolverão o curso de formação dos gestores e professores das
escolas. Essa é a estrutura idealizada, mas na prática isso nem sempre
acontece, como foi o caso UCA Bahia. Para preencher essa lacuna, a
Faculdade de Educação elaborou uma proposta de formação dos formadores,
pois só tivemos um único contato de apresentação da proposta pelos
professores da UFRJ, entidade que estavamos vinculados.
As
funções do formador dos projetos de Formação dos professores para
inserção das tecnologias da informação e comunicação (TIC) nas práticas
pedagógicas requer o estudo sistemático dos conteúdos propostos e das
concepções de uso de tecnologias na educação e de ensino e de
aprendizagem que orientam não só cursos, mas as próprias práticas de
sala de aula, bem como o desenvolvimento de procedimentos de trabalho –
desde a organização dos materiais, das atividades que devem ser
desenvolvidas nos encontros presenciais e nos ambientes virtuais de
aprendizagem, até a sistematização das anotações e dos relatórios de
acompanhamento.
Apesar
dos cursos já oferecerem determinadas estratégias, é indispensável que o
formador planeje a própria intervenção e faça as adequações que se
mostrarem necessárias para atender as características de sua turma de
professores. Seja qual for a organização planejada pelo formador, ele
deve ter como objetivos contribuir para a aprendizagem dos professores e
assumir a condição de parceiro nesse processo. Para tanto há a
necessidade de estudo permanente. Assim, para atender a essa demanda,
essa proposta de formação tem como objetivo estruturar uma rede de
formação permanente dos formadores, e de acompanhamento e apoio às
práticas pedagógicas com uso das tecnologias nas escolas.
A
proposta de formação dos formadores UCA Bahia, ressiginificada pela
UFBA, tem uma abordagem de uso das TIC como estruturantes de uma nova
forma de pensar. Nessa direção, considera que a internet e a rede de
informações gerada por ela “modifica substancialmente a base da educação
uma vez que impõe aos professores outra postura que não mais o de
simples assimilador/repassador de conteúdos e informações” (PRETTO e
SERPA, 2001, p. 31). Além disso, traz uma concepção de formação que
considera o contexto e saberes prévios dos professores, trabalho
colaborativo e participativo, e que não atribui ao professor um mero
tarefeiro. Nessa perspectiva, o curso tem como objetivo formar os
formadores para formar os professores nas escolas UCA, com base nos
estudos desenvolvidos pelos pesquisadores na área, tais como PRETTO
(1996,...), BONILLA (….), nos que enfatizam o papel do professor como
pesquisador (NÓVOA,....), nos que enfatizam o professor como intelectual
(GIROUX,...) e naqueles que tratam da reflexão na ação (SHON,...).
Nessa direção, o curso propôs permanentemente um diálogo entre teoria e
prática. O curso é de formação permanente, contendo uma carga horária de
360 horas, sendo a maior parte dele online.
A
nossa proposta não tem um planejamento fechado, nem todos os conteúdos
para estudo já decididos desde o momento inicial da formação. Esses vão
emergindo a partir das necessidades de formação dos formadores. Assim, o
curso de formação foi dividido nos seguintes eixos norteadores para
estudos e discussões:os documentos oficiais, tecnologia e educação, a
Educação a distância/Educação online, Formação de Professores e os
Módulos do próprio curso MEC. Para as atividades, além dos encontros
presenciais, ocorridos na Faculdade de Educação no Grupo de Pesquisa em
Educação, Comunicação e Tecnologias (GEC), foi aberto um ambiente de
interatividade no Moodle da Faculdade. Na mediação do curso está uma das
coordenadoras geral do curso e a coordenadora pedagógica.
No
primeiro momento, os formadores passaram por um processo de
familiarização com os recursos do laptop, ao mesmo tempo que deveriam
refletir sobre a sua utilização nas práticas pedagógicas. Depois,
participaram de oficinas de produção de vídeo, assistiram a palestras
com temáticas relacionadas a Educação e Tecnologias proferidas pelo
professor Nelson Pretto e outros convidados de diferentes instituições
que estiveram no GEC, além de terem um incentivo constante para estudos e
pesquisas. Para a formação do professor pela/para a pesquisa, propomos
estudos de teóricos como Marli André e de outros que tratam dos
dispositivos de formação, como Zabalza, com os diários de aula, e Borba
com o Jornal de Pesquisa.
A
intenção era que tivéssemos alguns encontros presenciais para que as
ações fossem mais articuladas entre formadores UFBA (bolsistas) e
formadores NTE, mas tivemos dificuldade em decorrência da falta de
recursos financeiros do Instituto Anísio Teixeira (IAT), instituição de
formação de professores da SEC-Ba, em que os NTE estão vinculados.
Diante dessa dificuldade, organizamos videoconferência e bate-papo
online no e-Proinfo e utilizando Skype.
Apesar
do curso ter uma proposta aberta, na perspectiva da horizontalidade,
sempre procurando levar todas as decisões para a lista de discussão para
compartilhar e contar com a colaboração de todos, sentimos que ainda há
pouca interatividade dos formadores, poucos são os que se manifestam
com contribuições. Alguns tomam iniciativa e ousam a se autorizar, a
expor suas ideias nas discussões, assim como, criam diferentes
estratégias para os momentos formativos nas escolas. Alguns ficam mais
dependentes e esperam que seja dado um direcionamento para que eles
tomem as decisões.
Encontros de formação com todos os formadores (UFBA e NTE)
No segundo encontro de formação dos formadores, realizado no IAT nos dias 24 e 25/11, sugerimos a leitura dos textos abaixo:
1- Fases do desenvolvimento tecnológico e suas implicações nas formas de ser, conhecer, comunicar e produzir em sociedade de Alex Primo;
2- Construindo novas educações de Maria Helena Silveira Bonilla e Alessandra de assis Picanço;
3- Pesquisa, formação e prática docente de Marli André;
4- Os Diários de Aula: aspectos gerais de Miguel A. Zabalza.