O que é o Jornal de Pesquisa?

Espaço destinado para registro e discussão dos meus andaimes do percurso da pesquisa de Doutorado sobre O professor e a autoria na Cibercultura: redes da criação no cotidiano da escola, orientada pela professora Maria Helena Bonilla na Faculdade de Educação/UFBA. Aqui deixarei todas as minhas implicações e "os cacos" que juntarei no final de um período de itinerância de investigação.Para proposição do Jornal de Pesquisa como espaço formativo, me inspirei na obra O Diário de Pesquisa: o estudante e seu processo formativo de Joaquim G. Barbosa e Remi Hess (Brasília: LiberLivro, 2010).

A Formação dos Fomadores


No Documento UCA: Projeto um computador por aluno - Formação Brasil (2009), há uma estrutura organizada pelo MEC no sentido de orientar as ações relacionadas à formação dos professores das escolas participantes do programa, bem como a dos representantes das Instituições de Nível Superior, em grande parte responsáveis pela sua implantação e acompanhamento. Esse planejamento de formações e estudos é de fundamental importância para o bom funcionamento do programa, pois deveria oferecer os fundamentos teóricos e pedagógicos ao trabalho a ser desenvolvido nas escolas sem os quais torna-se mais difícil oferecer sentido   no uso dos computadores nas salas de aula.  A estrutura apresentada no referido documento, consta de um Grupo de Formação e Acompanhamento que prepara as equipes de formação e pesquisa (IES Globais). Estas, por sua vez, deveriam fazer a preparação das equipes das IES Locais e dos NTE/NTM. As IES locais juntamente com os NTE/NTM desenvolverão o curso de formação dos gestores e professores das escolas. Essa é a estrutura idealizada, mas na prática isso nem sempre acontece, como foi o caso UCA Bahia. Para preencher essa lacuna, a Faculdade de Educação elaborou uma proposta de formação dos formadores, pois só tivemos um único contato de apresentação da proposta pelos professores da UFRJ, entidade que estavamos vinculados.
As funções do formador dos projetos de Formação dos professores para inserção das tecnologias da informação e comunicação (TIC) nas práticas pedagógicas requer o estudo sistemático dos conteúdos propostos e das concepções de uso de tecnologias na educação e de ensino e de aprendizagem que orientam não só cursos, mas as próprias práticas de sala de aula, bem como o desenvolvimento de procedimentos de trabalho – desde a organização dos materiais, das atividades que devem ser desenvolvidas nos encontros presenciais e nos ambientes virtuais de aprendizagem, até a sistematização das anotações e dos relatórios de acompanhamento.

Apesar dos cursos já oferecerem determinadas estratégias, é indispensável que o formador planeje a própria intervenção e faça as adequações que se mostrarem necessárias para atender as características de sua turma de professores. Seja qual for a organização planejada pelo formador, ele deve ter como objetivos contribuir para a aprendizagem dos professores e assumir a condição de parceiro nesse processo. Para tanto há a necessidade de estudo permanente. Assim, para atender a essa demanda, essa proposta de formação tem como objetivo estruturar uma rede de formação permanente dos formadores, e de acompanhamento e apoio às práticas pedagógicas com uso das tecnologias nas escolas.
A proposta de formação dos formadores UCA Bahia, ressiginificada pela UFBA, tem uma abordagem de uso das TIC como estruturantes de uma nova forma de pensar. Nessa direção, considera que a internet e a rede de informações gerada por ela “modifica substancialmente a base da educação uma vez que impõe aos professores outra postura que não mais o de simples assimilador/repassador de conteúdos e informações” (PRETTO e SERPA, 2001, p. 31). Além disso, traz uma concepção de formação que considera o contexto e saberes prévios dos professores, trabalho colaborativo e participativo, e que não atribui ao professor um mero tarefeiro. Nessa perspectiva, o curso tem como objetivo formar os formadores para formar os professores nas escolas UCA, com base nos estudos desenvolvidos pelos pesquisadores na área, tais como PRETTO (1996,...), BONILLA (….), nos que enfatizam o papel do professor como pesquisador (NÓVOA,....), nos que enfatizam o professor como intelectual (GIROUX,...) e naqueles que tratam da reflexão na ação (SHON,...). Nessa direção, o curso propôs permanentemente um diálogo entre teoria e prática. O curso é de formação permanente, contendo uma carga horária de 360 horas, sendo a maior parte dele online.
A nossa proposta não tem um planejamento fechado, nem todos os conteúdos para estudo já decididos desde o momento inicial da formação. Esses vão emergindo a partir das necessidades de formação dos formadores. Assim, o curso de formação foi dividido nos seguintes eixos norteadores para estudos e discussões:os documentos oficiais, tecnologia e educação, a Educação a distância/Educação online, Formação de Professores e os Módulos do próprio curso MEC. Para as atividades, além dos encontros presenciais, ocorridos na Faculdade de Educação no Grupo de Pesquisa em Educação, Comunicação e Tecnologias (GEC), foi aberto um ambiente de interatividade no Moodle da Faculdade. Na mediação do curso está uma das coordenadoras geral do curso e a coordenadora pedagógica.
No primeiro momento, os formadores passaram por um processo de familiarização com os recursos do laptop, ao mesmo tempo que deveriam refletir sobre a sua utilização nas práticas pedagógicas. Depois, participaram de oficinas de produção de vídeo, assistiram a palestras com temáticas relacionadas a Educação e Tecnologias proferidas pelo professor Nelson Pretto e outros convidados de diferentes instituições que estiveram no GEC, além de terem um incentivo constante para estudos e pesquisas. Para a  formação do professor pela/para a pesquisa, propomos estudos de teóricos como Marli André e de outros que tratam dos dispositivos de formação, como Zabalza, com os diários de aula, e Borba com o Jornal de Pesquisa.
A intenção era que tivéssemos alguns encontros presenciais para que as ações fossem mais articuladas entre formadores UFBA (bolsistas) e formadores NTE, mas tivemos dificuldade em decorrência da falta de recursos financeiros do Instituto Anísio Teixeira (IAT), instituição de formação de professores da SEC-Ba, em que os NTE estão vinculados. Diante dessa dificuldade, organizamos videoconferência e bate-papo online no e-Proinfo e utilizando Skype.
Apesar do curso ter uma proposta aberta, na perspectiva da horizontalidade, sempre procurando levar todas as decisões para a lista de discussão para compartilhar e contar com a colaboração de todos, sentimos que ainda há pouca interatividade dos formadores, poucos são os que se manifestam com contribuições. Alguns tomam iniciativa e ousam a se autorizar, a expor suas ideias nas discussões, assim como, criam diferentes estratégias para os momentos formativos nas escolas. Alguns ficam mais dependentes e esperam que seja dado um direcionamento para que eles tomem as decisões.

Encontros de formação com todos os formadores (UFBA e NTE)

No segundo encontro de formação dos formadores, realizado no IAT nos dias 24 e 25/11, sugerimos a leitura dos textos abaixo:
1- Fases do desenvolvimento tecnológico e suas implicações nas formas de ser, conhecer, comunicar e produzir em sociedade de Alex Primo;

2- Construindo novas educações de Maria Helena Silveira Bonilla e Alessandra de assis Picanço;

3- Pesquisa, formação e prática docente de Marli André;

4- Os Diários de Aula: aspectos gerais de Miguel A. Zabalza.